Igreja e não-conformação


“Irmãos, pela misericórdia de Deus, peço que vocês ofereçam os próprios corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Esse é o culto autêntico de vocês. Não se amoldem às estruturas deste mundo, mas transformem-se pela renovação da mente, a fim de distinguir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que é agradável a ele, o que é perfeito.”
Epístola aos Romanos 12.1-2 (Bíblia Pastoral)
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A igreja é uma comunidade criadora, e o que ela cria são novas realidades geradas a partir de novas consciências. Em um mundo cada vez mais desumano a igreja é uma comunidade humanizante. Entretanto, uma comunidade que se intitule “igreja”, mas que ao contrário de humanização e não-conformação mental com a estrutura opressiva do mundo esteja produzindo acomodação ao “status quo” ou adaptação e ‘roupagem’ cristã aos regulamentos desumanizantes vigentes, já deixou de ser igreja, de fato, e ainda que cultue o Cristo é apenas como um totem.
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Qualquer movimento ou teologia dita cristã, seja católica, pentecostal, reformada ou o que for, que cesse de ouvir os apelos do mundo-criação em meio às engrenagens do mundo-sistema, e se encerre-em-si empedrando consciências ou que absorva os “encantos” do sistema (como a teologia da prosperidade), há desertado de sua missão de ser sal e luz na terra.
Cada pessoa, diante de Deus, é sacerdote e sacrifício, e tem a vocação para condenar as estruturas de injustiça de sua mente e de sua sociedade e para discernir o novo que leva à justiça para o bem da vida.
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A imagem é de um mural de Cerezo Barredo na Catedral Prelatícia de São Félix do Araguaia.

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